Qual a diferença entre missão e missões?

Missão é toda a vida da igreja testemunhando todo evangelho no mundo todo

Fernanda Schimenes

De forma geral, a palavra missões, no plural, diz respeito ao impacto da igreja no mundo não cristão avançando até povos que não receberam ainda o evangelho, ou seja, missões transculturais.

Missão, por sua vez, é algo mais abrangente, é toda a vida da igreja testemunhando todo evangelho no mundo todo.

Quando definimos missão dessa forma, a história da missão deixa de ser caracterizada pela expansão do cristianismo de uma localização e cultura para outra localização e cultura. Sabemos, contudo, que a maior parte da literatura trata de histórias contadas sobre as missões transculturais.

O que deve ser observado, então? Como se dá uma difusão cultural do evangelho, ou seja, como a igreja cumpriu e vem cumprindo a sua missão dentro da cultura em que ela está inserida.

Obviamente a expansão do evangelho para povos que ainda não o conhecem ainda é algo significativo e central na história da missão. Contudo, não deve ser confundida com a história da missão em si ou mesmo com a missão em si.

A partir desse entendimento amplificado, Michael Goheen, na obra A Missão da Igreja Hoje, propõe outra maneira de identificar o desenvolvimento histórico da missão: atentando-se aos paradigmas. Os paradigmas conduzem à compreensão e à prática da missão em um determinado contexto histórico. Cada momento da história apresenta eventos importantes que causaram uma mudança sísmica a partir da qual a igreja teve de rever a sua compreensão de si mesma e da sua missão e se adaptar na história. São essas mudanças de paradigma que orientam tal desenvolvimento histórico.

Levando em conta os paradigmas, há várias formas de se contar a história da missão.

Andrew Walls e Samuel Escobar, por exemplo, dividem-na em seis períodos:

1. Judaica (uma igreja judaica em missão)

2. Helenístico-romana

3. Bárbara

4. Europeia ocidental

5. Europa em expansão e recessão cristã

6. Transmissão intercultural

Goheen, por sua vez, utiliza um modelo baseado em quatro paradigmas:

  1. o paradigma da igreja primitiva;
  2. o da cristandade;
  3. o do iluminismo, que colocou o homem no centro e o método científico como crivo da verdade;
  4. e, por fim, o paradigma ecumênico, que aqui chamaremos de contemporâneo.

Vivemos hoje no paradigma contemporâneo, em que o cristianismo abrange todo o mundo e todas as culturas. Diante disso, que questões precisariam ser levadas em consideração?

Você pode encontrar as repostas no capítulo 4 da obra A Missão da Igreja Hoje, de Michael Goheen, publicada pela Editora Ultimato em parceria com o Martureo e o Seminário Teológico Servo de Cristo.

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