Missão ‘ocidental’ no mundo majoritário: o Jesus do evangelho ou a bruxa da tradição
Uso de línguas nativas e estrutura com recursos locais são indispensáveis?
Jim Harries
Este artigo se baseia fortemente nas ideias de René Girard.[1] Ele nasceu na França em 1923, mas passou a maior parte de sua vida acadêmica nos Estados Unidos, principalmente na Universidade de Stanford, onde se aposentou na década de 1990. Girard foi para a glória em 2015. Originalmente um historiador, ele teve alguns de seus pensamentos fundamentais enquanto estudava literatura.
Girard e a missão vulnerável
A importância de Girard para a missão vulnerável[2] – do inglês vulnerable mission, aqui se trata da praticada por ocidentais no mundo majoritário usando línguas nativas e estrutura com recursos locais, não externos – surge de sua articulação do evangelho. O entendimento que ele nos dá do evangelho é profundamente influenciado pela antropologia por ele desenvolvida ao longo de seus estudos de literatura antiga. O entendimento de Girard, que para mim faz enorme sentido por conta de minha experiência na África, demonstra antropologicamente como o evangelho pode revolucionar comunidades de pessoas. Ao propor um modelo de intervenção no mundo majoritário que prescinde de recursos da modernidade, investimento de capital [de fora] ou mesmo línguas estrangeiras, o trabalho de Girard articula sobre como a missão vulnerável pode ser altamente eficaz na prática. Ao dizer que o trabalho de Girard é profundamente antropológico e não teológico, isso significa que ele articula uma expressão poderosa do evangelho que não é dependente do supranaturalismo.[3]
Minhas observações e experiências me dizem que o trabalho missionário na África e em outros lugares [do mundo majoritário] está enfrentando atualmente uma espécie de crise de identidade. Afirmo isso embora muitas pessoas no ocidente continuem a valorizar o evangelho de Cristo, e a igreja permaneça altamente ativa e visível (exceto quando boicotada pela mídia e por outros canais oficiais) em suas relações com o mundo majoritário. Nas últimas décadas, os ocidentais concentraram seus esforços em ajuda, desenvolvimento, serviços médicos, [promoção da] justiça e outras questões, às vezes ao custo de compartilhar o evangelho. Evidentemente, alguns lutam para ver o impacto positivo do próprio evangelho entre comunidades de pessoas. Cada vez mais nas últimas décadas, missões tem a ver com projetos guiados por [uma visão] ocidental, com redistribuição de recursos, e defendem o modelo ocidental de educação e a tecnologia. As ideias de Girard mostram uma alternativa potencial para esse entendimento – sackgasse [expressão alemã que quer dizer algo como fim do empasse].
A leitura de Girard da literatura clássica, incluindo o notável Shakespeare, fez com que ele observasse um papel preponderante do desejo humano na vida comunitária. O desejo humano parecia ser o fio condutor de grande parte da temática em toda a literatura que ele estudou. Tal desejo, segundo Girard, não é prioritariamente por coisas, comida, um parceiro ou mesmo dinheiro. Em vez disso, o desejo humano, fundamentalmente, está relacionado com o que outra pessoa tem. Isso inclui até mesmo um desejo pelo desejo do outro. Como resultado, algo ou alguém se torna desejável quando se percebe que outro alguém está desfrutando de determinado objeto ou pessoa. Por exemplo, garotos podem se mostrar cautelosos em relação a uma menina, mesmo que ela pareça atraente, se ninguém mais a deseja. Uma garota popular, no entanto, facilmente atrairá a atenção de um crescente círculo de meninos. Vemos isso com frequência entre crianças pequenas: o brinquedo com o qual a outra criança está brincando é, em geral, o desejado.
A natureza do desejo acima citado, notou Girard, resulta em rivalidade. Essa rivalidade por bens (e “experiências”) de outros impulsiona a cultura de consumo de hoje. O capitalismo atual, de certa forma, tirou a graça da rivalidade uma vez que as mercadorias podem ser produzidas em massa [não são exclusivas]. Alguns bens, contudo – um parceiro seria um caso clássico – permanecem com disponibilidade limitada. Mesmo quando as mercadorias estão disponíveis para compra, a oferta de dinheiro é limitada. Isso faz com que muitas das atividades sejam em busca de dinheiro. Não porque necessidades básicas precisem ser satisfeitas, observa Girard, ao contrário de boa parte do pensamento contemporâneo clássico. A partir dessas colocações de Girard, pode-se dizer que as pessoas não são seres racionais autônomos e livres satisfazendo desejos inatos. Uma melhor compreensão das pessoas leva em conta seu envolvimento em imitações. A esse tipo de [desejo] de imitar o que os outros têm ou até mesmo de desejar o que os outros desejam, Girard chama desejo mimético. O desejo mimético – o desejo pelo que os outros têm, e mesmo o desejo de imitar o desejo dos outros – move a sociedade humana.
Desejo mimético, rivalidade e Satanás
O desejo mimético, pode-se notar, está próximo da inveja – pessoas que querem o que os outros têm podem rapidamente migrar para não querer que os outros tenham o que elas próprias não têm. Girard observa maneiras pelas quais a rivalidade por bens pode rapidamente deflagrar conflitos. Dois homens que desejam a mesma mulher vão, quase que certamente, caso um não recue, entrar em conflito. Pessoas desejam superar umas às outras uma vez que não é possível que todos tenham sucesso. Esse tipo de rivalidade resulta em tensões e estresse nas comunidades de pessoas. Rivalidade por bens que têm disponibilidade limitada torna-se uma competição que gera tanto perdedores como vencedores.
Toda essa rivalidade que gera decepções, por sua vez, leva a outra reação humana muito típica: pessoas desapontadas olham para as demais culpando-as por suas frustrações. Os indivíduos culpam os outros por muitas coisas – por interferir na hora de conseguir um emprego, tentar roubar seu parceiro, trapacear em uma competição, ou por promover suas vendas às pessoas de forma que as suas vendas diminuam. Assim, acusações, suspeitas, fofocas, calúnias e retrocessos podem facilmente permear as comunidades de pessoas.
Girard nos diz que esse tipo de suspeitas e acusações acontecem em inúmeras direções. Dessa forma, uma pessoa vivendo em comunidade passa a considerar uma porção de outras pessoas responsáveis, de diferentes formas, por seu infortúnio. Diferentes membros de uma comunidade passam a acusar uns aos outros. Isso gera inimizade e uma desconfiança generalizada dentro de uma rede complexa tal como é uma comunidade. Então, apesar de tudo isso, algo estranho acontece. Em uma comunidade repleta de desconfiança, é possível que as acusações das pessoas sejam focadas e/ou canalizadas de forma específica. O foco pode ser o que, no discurso inglês a respeito da África, é conhecido como uma bruxa.[4] Alguém (ou em alguns casos um grupo de pessoas) pode ser identificado como responsável pelos percalços de toda a comunidade. Tal pessoa pode ser considerada um bode expiatório, como em Levítico 16.21–22. Ou uma bruxa. Segue-se uma espécie de reação em massa, que leva tal pessoa [a bruxa] a ser considerada como responsável por todos os males de uma comunidade. Daí a comunidade, agora como uma multidão, busca a morte ou pelo menos a expulsão dessa pessoa. Uma vez que essa pessoa tenha sido morta ou expulsa porque todos se uniram contra ela, toda a comunidade adquire uma espécie de paz. Após o extermínio da parte considerada culpada, a má sorte anterior é considerada como tendo sido tratada. As pessoas preveem que as coisas serão diferentes [a partir de então]. Consideram-se curadas o/ou purificadas. Velhas desavenças terminam e dão lugar à amizade, e a vida segue. Quando essas coisas acontecem, isso prova que de fato o acusado era culpado.
Girard associa o descrito anteriormente à atividade de Satanás. Satanás é aquele que encoraja as pessoas a pensarem que a felicidade florescerá a partir do consumo, da satisfação dos desejos de alguém, da posse de coisas ou de se sobressair sobre os demais. O mesmo Satanás, então, convence as pessoas de que as tensões resultantes de se viver tal estilo de vida serão solucionadas se uma pessoa considerada como bruxa for exterminada. Essa é a paz que o mundo dá (João 14.27). Resultou nas rivalidades entre Herodes e Pilatos, depois substituídas pela amizade (Lucas 23.12). Esse é Satanás contra Satanás (Mateus 12.26). Este engano – de que a paz e a prosperidade vêm por meio do derramamento do sangue de uma bruxa – é o que, nos diz Girard, sempre foi (fora da Bíblia) a fonte da paz e da prosperidade humanas. Por séculos, ou milênios, ou mais, provou-se ser impossível sair de um círculo vicioso: as pessoas sempre foram persuadidas de que matar a bruxa (o bode expiatório) realmente resolveria seus problemas, porque, fazendo isso, teriam de fato uma unidade comunitária e paz. Dessa forma, sempre se chegou à conclusão de que o certo seria acusar e matar (ou perseguir) a bruxa em questão. Sempre entenderam, então, que a bruxa realmente era a culpada.
Jesus – um caminho melhor
Neste ponto de seu pensamento, Girard se deu conta de que ele conhecia uma alternativa melhor. Inicialmente, não identificou a fonte de tal ideia, até que ele reconheceu que uma maneira alternativa de vida havia sido apresentada no evangelho de Jesus Cristo. Girard, então, captou como isso acontece, e forneceu uma explicação. Desse ponto de sua vida em diante, tendo se tornado católico (fé essa que ele havia rejeitado por um tempo em seus anos de juventude), Girard começou a também trabalhar de maneira reversa. Ou seja, além de estudar o mundo para conhecer mais a respeito da igreja, ele também estudou a Bíblia como base para ajudá-lo a conhecer mais do mundo.
A pessoa-chave no Novo Testamento que havia sido acusada e morta foi o próprio Jesus Cristo. Lemos nos evangelhos como a oposição a ele foi gradualmente sendo construída. Os evangelhos culminam com sua crucificação. O conhecimento de Cristo e sua crucificação são o centro da revelação bíblica (1 Coríntios 2.2). No momento de seu julgamento, e especialmente de sua crucificação, a multidão que o acusou havia praticamente alcançado unanimidade quanto ao veredito “culpado”. Isso é particularmente evidenciado pelo fato de seus próprios discípulos se distanciarem dele, sendo talvez a tripla negação de Pedro o caso mais comentado (Mateus 26.75). Quando Jesus foi crucificado, ninguém (exceto algumas mulheres) estava com ele. Daí o fato de o ocorrido se configurar como um caso clássico de ser acusado de ser uma bruxa contra quem todos se voltam. Tão logo Jesus foi crucificado, a nova amizade entre Herodes e Pilatos ilustra o resultado típico dessa forma de se lidar com as vítimas.
O choque para esse tradicional sistema em que uma unanimidade se volta contra uma bruxa veio três dias após a morte de Jesus na cruz, quando ele ressurgiu. Sua ressurreição como o Filho de Deus demonstrada pelo poder do Espírito Santo àqueles que haviam sido seus discípulos tornou o caso de Jesus único, exclusivo. Após ele ter sido sumariamente executado, muitos de seus seguidores negaram que ele era uma bruxa. Eles o consideravam inocente. Foi a primeira vez que isso aconteceu na história, especialmente pelo fato de que eram as mesmas testemunhas [agora] negando a culpa de Jesus e testemunhando a respeito de sua ressurreição, e isso continua até hoje. Para aqueles que acreditam nele, a ressurreição de Jesus nocauteia o engano. Declarar que Jesus era inocente, sem pecado, o Filho de Deus, aquele que morreu pelos pecados da humanidade e depois ressuscitou, é minar a base de todas as civilizações fora da tradição judaico-cristã até o início do mundo: todas as demais civilizações acreditavam que derramar o sangue das bruxas é o caminho para a paz e a prosperidade. A ressurreição de Jesus mostrou que não era esse o caso.
O mesmo padrão, cumprido finalmente na morte e ressurreição de Cristo, pode ser encontrado, exclusivamente, no Antigo Testamento. (Nenhuma outra tradição fez isso). Ou seja: a Bíblia, exclusivamente, volta-se em favor da vítima! Essa tendência pode ser encontrada em muitos trechos do Antigo Testamento: Abel, morto por Caim, é claramente considerado inocente. José, cujos irmãos queriam matá-lo e, em seguida, o expulsaram, era inocente e seus irmãos, culpados. José, da posição de primeiro-ministro, acaba governando seus irmãos. Muitos dos Salmos relatam o clamor das vítimas para Deus, e Deus ouvindo suas alegações contra aqueles que os acusaram (efetivamente, de serem bruxas). A morte de Jesus e sua ressurreição são a realização final, completa e perfeita das descrições do amor de Deus e de sua preocupação com as vítimas tal como apareceram antes.
O impacto das Escrituras no desenvolvimento ocidental
A articulação anterior deveria nos ajudar a compreender as bases da proeminência do Ocidente no mundo. O cristianismo ocidental, com seu intenso estudo das Escrituras no período pós-reforma, percebeu o exposto anteriormente e aplicou isso à sua compreensão de mundo. A crucificação e a ressurreição de Cristo são grandes agentes desmistificadores. A partir do iluminismo europeu, enquanto o resto do globo continuava a amaldiçoar as vítimas (bruxas) e usar seu sangue para buscar a prosperidade dos vivos, a Europa considerou tal sistema como ele é: uma farsa. Em vez de imputar à morte das bruxas a razão da prosperidade, a Europa passou a buscar causas em outras origens. Tal desmistificação possibilitou os alicerces da ciência e o florescimento da tecnologia, além de dar uma espécie de paz aos modos de vida europeus sem paralelos no resto do mundo. Esse é o entendimento do evangelho por meio do qual, no devido curso do tempo, os europeus interpretaram os modos de vida de outras pessoas, criando assim religiões mundiais.[5] Derrubar o engano de Satanás – de que a verdadeira paz vem da morte de bruxas (bodes expiatórios) – foi o início de tudo o que está permitindo que a vida moderna seja o que é!
Deve-se notar que, assim como oportunidade, esse novo modo de vida (algumas vezes conhecido como religião) também acarreta responsabilidade. A paz que pode ser encontrada por meio da fé em Cristo é poderosa. Pode permitir a transposição de barreiras que antes impediam o desenvolvimento humano. Quando muitas pessoas prosperam, tal prosperidade cria desafios próprios que não estavam lá nos dias em que eram governados por reis e imperadores bárbaros. Lidar com essa nova responsabilidade é com o que o globo – liderado pelo Ocidente, que descobriu a desmistificação que decorre da fé em Cristo – se ocupa hoje. No passado, tropeços cruéis nesse esforço, como guerras perpetradas por nações cristãs, trouxeram má reputação ao evangelho. Tais erros cometidos não devem trazer descrédito para o poder do evangelho. Erros anteriores deveriam servir como base para o aprendizado futuro. A adesão contínua e o crédito ao evangelho precisam formar a base para a prosperidade global progressiva.
Impacto na África
Podemos considerar as pessoas da África subsaariana como das últimas a serem trazidas para estar sob a influência da revelação da paz de Cristo por parte de Deus Pai. Antes de o cristianismo e a “civilização” serem levados a eles, os africanos foram assediados pela constante atenção para a aniquilação das bruxas e pelo medo da inveja (desejo mimético) dos outros.[6] No século 21, os países africanos continuam a lutar para se submeter ao senhorio de Cristo: o medo das bruxas persiste em muitas partes do continente. Matá-las ainda é amplamente visto como sendo fundamental para a prosperidade humana. Muitos desconhecem as maneiras pelas quais seguir o desejo humano leva a tensões e conflitos. Antes de chegar ao conhecimento de Cristo, eles buscam a cura por meio do derramamento de sangue das pessoas e dos animais (ou seja, sacrifícios).[7] As vidas daqueles que vieram à fé em Cristo são transformadas quando descobrem que o sangue de Jesus é suficiente, então inicia-se uma busca por causalidade que vai além de culpar outros, acusar e matar bruxas. Essa desmistificação está começando a trazer desenvolvimento para a África.
A tarefa do missionário é facilitar esse último. Creio que, em nossa era, essa tarefa enfrenta uma série de barreiras problemáticas:
- A tendência dos europeus de, como resultado da desmistificação tal como exposta anteriormente, desenvolver a sua economia inundando as pessoas de bens criados pelo capitalismo para adiar [abrandar] as crises que surgem do constante desejo mimético presente na humanidade. Na África, isso resultou em pessoas que preferem ‘ganância’ a Cristo, e até mesmo em cristãos que preferem tentar unir o desejo da prosperidade mundana ao evangelho em vez de enxergar a tensão que existe entre os dois (a teologia da prosperidade nasce daí).
- A própria crise de fé na Europa, resultante de não perceberem o evangelho como a verdadeira fonte de desmistificação. Alguns europeus (nessa categoria eu incluo também os americanos) consideram a própria ciência em si como o fator desmistificador, omitindo assim a fé em Cristo como pré-requisito vital para que a ciência faça suas descobertas e seja eficaz. Isso gera mensagens confusas sendo enviadas para a África.
- Estreitamente relacionado com o exposto anteriormente tem sido a ampla disseminação das línguas e educação europeias na África. Seria como, em vez de prover os meios para que os africanos se afastem de sua fé nativa que tem no assassinato das bruxas a base para a prosperidade, erroneamente partir do pressuposto que esse passo já foi dado. Assim, impedem a desmistificação na África.
Conclusão
Concluo a partir do exposto anteriormente que o que a África precisa não é de doses mais pesadas de língua ocidental, financiamentos e educação. De importância fundamental para os africanos [e para todos os seres humanos] é a necessidade do evangelho. O evangelho não é sobre salvar as pessoas por meio de dinheiro ou tecnologia. Essas coisas podem ser consequências, mas não precursores indispensáveis da fé em Cristo. O evangelho é efetivo quando se crê de forma profunda e completa. Tal crença surge ao nos afastarmos do desejo mimético que acaba levando a conflitos entre os seres humanos. As pessoas não se tornam cristãos autênticos ao imitar o Ocidente, que atualmente está obcecado pelo engano do consumo, que diz a seus cidadãos que a disponibilidade cada vez maior de bens dentro do capitalismo é a salvação, o caminho que vale a pena hoje. Para que os missionários ocidentais se desassociem desse conceito, é necessária a prática da missão vulnerável.
Alguns missionários ocidentais na África, valendo-se do uso de línguas nativas, podem atender à necessidade das pessoas pelo evangelho levando em conta seus estilos de vida contemporâneos. (O uso de línguas ocidentais inevitavelmente leva a supor que os africanos já superaram a crença de que as bruxas se interpõem entre eles e o florescimento humano.) Porque o dinheiro estrangeiro brilha de forma cintilante, é deixando-o de lado que um missionário ocidental pode começar a defender o evangelho de uma forma bíblica compreensível – boas notícias para os pobres de que a prosperidade não pode ser alcançada considerando bruxas dignas de morte: Jesus já morreu por todos.
Jim Harries (nascido em 1964), é Doutor pela University of Birmingham, Reino Unido. Embora tenha nascido e crescido no Reino unido, fez da África seu lar desde 1988 ao se envolver no trabalho missionário. Seu ministério principal é com igrejas nativas, especialmente em Siaya, Quênia, usando as línguas luo e suáli.
Esse artigo foi extraído da publicação EMQ (Evangelical Missions Quarterly), edição de Abril-Junho de 2021, da Missio Nexus. Título em inglês: “Jesus of the Gospel or the Witch of Tradition: Cause for Vulnerable Mission”. A tradução e a republicação pelo Martureo foram devidamente autorizadas.
[1] Especialmente este livro: René Girard, I See Satan Fall Like Lightning (Translated by James G. Williams) (Maryknoll: Orbis, 2001).
[2] Consulte: https://vulnerablemission.org/.
[3] Para mais sobre Deus como sobrenatural ou supranatural, veja: http://www.academia.edu/attachments/47346297/download_file.
[4] Enfatizo que este é o discurso inglês sobre a África porque o uso do termo bruxa sem sempre é preciso, muitas vezes gera algum significado que pode soar estranho ao descrever a África.
[5] Tomoko Masuzawa, The Invention of World Religions: How European Universalism was Preserved in the Language of Pluralism (London: University of Chicago Press, 2005).
[6] F. H. Melland, In Witch Bound Africa: An Account of the Primitive Kaonde Tribe and Their Beliefs (Philadelphia: J.B. Lippincott Company, 1923). Jim Harries, “Witchcraft, Envy, Development, and Christian Mission in Africa”, Missiology: An International Review 40, no. 2 (2012): 129–139.
[7] Quando a cura é entendida com um relaxamento dos tipos de tensões interpessoais que o desejo mimético desenfreado traz.