Como sua igreja local se envolve com a Missão de Deus?
- 14/05/2021
- Postado por: Martureo
- Categoria: Blog
Um modelo de filosofia de ação missionária para igrejas
Em dezembro de 2020, a Comunidade Batista em Moema redigiu, com a ajuda dos pastores Marcos Amado e Wilson Avilla, o documento a seguir para orientar o envolvimento missionário da comunidade.
Trata-se de um modelo de filosofia de ação possível. Se a sua igreja ainda não tem estruturada a forma como se envolve com a Missão de Deus, esperamos que as ideias a seguir contribuam de alguma forma. Uma das coisas que chamam a atenção é o tópico “Incentivar o recrutamento missionário [transcultural] nas conferências e cultos da igreja”, algo que nem sempre acontece com a frequência e a ênfase necessárias.
Críticas e outras ideias são bem-vindas para enriquecer o diálogo!
Modelo de filosofia de ação missionária da Comunidade Batista em Moema
- Pressuposto bíblico
O Deus Pai enviou o Deus Filho para “trazer as boas-novas aos pobres, (…) anunciar que os cativos serão soltos, os cegos verão, os oprimidos serão libertos, e que é chegado o tempo do favor do Senhor” (Lc 4.18-19). Por sua vez, o Filho enviou os seus discípulos, assim como o Pai o havia enviado (Jo 20.21). Portanto, imbuídos da presença do Espírito Santo nas nossas vidas, somos, como cristãos, conclamados por Jesus a dar continuidade, no Brasil e no mundo, à tarefa que ele realizou de proclamar a restauração de todos os aspectos da existência humana. Como resultado, vidas serão transformadas, discípulos serão formados, igrejas serão estabelecidas e as boas-novas do Reino, proclamadas na nossa Jerusalém, Judeia, Samaria e até nos lugares mais distantes da terra (At 1.8). Dessa forma, contribuiremos para que, naquele dia, haja, diante do Cordeiro, pessoas de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9).
- Propósitos da filosofia de ação ministerial
- Oferecer subsídios para formulação das diretrizes para as ações missionárias da igreja e sua continuidade.
- Promover condições para que haja envolvimento da comunidade em suas ações missionárias.
- Definir critérios para o relacionamento da comunidade com missionários e agências missionárias.
- Assegurar a boa mordomia dos recursos humanos e financeiros aplicados em missões.
- Oferecer critérios para um programa de comunicação das ações missionárias à liderança e membresia da comunidade.
- Conselho missionário
A igreja poderá organizar um conselho missionário, integrado por sete membros da comunidade, de reconhecida idoneidade e envolvimento com a obra missionária, indicados pelo presbitério para mandatos de três anos, com o objetivo principal de operacionalizar as ações que ensejarem a realização dos propósitos desta filosofia de ação ministerial. A atuação do conselho se dará no âmbito do tripé missional – envio, cuidado e mobilização –, e inclui detalhar os aspectos contemplados neste documento, sugerir estratégias e medidas à liderança ministerial da área, tanto quanto ao presbitério ou outras instâncias, conforme a situação. O conselho terá liberdade para definir sua estrutura interna de funcionamento. Caberá também ao conselho missionário:
- Estimular a integração da igreja com os campos missionários, especialmente os patrocinados pela comunidade, em iniciativas presenciais e de apoio.
- Mobilizar a igreja em oração para que Deus chame os que devem servir em missões.
- Identificar na igreja os que já se entregaram para a obra, ou apresentam evidência de dons missionários, sugerindo à liderança, oportunamente, o comissionamento e envio.
- Oferecer oportunidades para o comprometimento público com a obra missionária.
- Tornar disponível literatura que informe sobre e motive para o serviço missionário.
- Incentivar o recrutamento missionário nas conferências e cultos da igreja.
- Aconselhar e orientar durante o período de decisão e preparação.
- Envolver jovens e adultos em trabalhos missionários no Brasil e no exterior em períodos de férias (projetos de curto prazo).
- Estimular a participação em conferências e movimentos missionários.
- Oferecer à liderança da comunidade subsídios que auxiliem na elaboração do orçamento anual.
- Auxiliar a liderança da comunidade em iniciativas que estimulem o envolvimento financeiro da membresia.
- Avaliação das ações missionárias da comunidade
O Conselho Missionário deverá propor ao presbitério um programa de acompanhamento e avaliação das atividades relacionados ao envolvimento missionário da comunidade.
- Critérios para as ações missionárias da comunidade
Na consecução de seus propósitos de proclamação, deverão ser observados os seguintes critérios:
- Alcançar lugares onde não há igreja estabelecida, ou que a igreja, apesar de existir, não é forte o suficiente para cumprir sua tarefa sem a ajuda de missionários (incluídos neste critério os grupos sociais, religiosos ou étnicos na Europa e nos grandes centros urbanos do mundo).
- Alcançar comunidades no território nacional que estejam entre as menos favorecidas com ações missionárias, observados os levantamentos feitos por agências e instituições missionárias de notório reconhecimento pela igreja.
- Alcançar os focos de necessidade, caracterizados como missões urbanas, que estejam próximos da realidade da comunidade.
- Alcançar líderes estratégicos em missões, cujo trabalho ofereça à comunidade contribuição significativa.
- Atuar sempre, preferencialmente, com o suporte de agências missionárias.
No mesmo sentido, os projetos patrocinados pela igreja deverão ser caracterizados por:
- Contribuir para o estabelecimento de novas igrejas, consideradas as necessidades locais (inclusive no que diz respeito às iniciativas de cunho social).
- Contribuir para o treinamento de obreiros autóctones.
- Contribuir para o cuidado pastoral de obreiros envolvidos com os projetos apoiados pela comunidade.
- Contribuir para o treinamento contínuo de obreiros que estão trabalhando com os projetos apoiados pela comunidade.
- Contribuir para o sustento financeiro de líderes que desempenham um papel estratégico em organizações missionárias brasileiras.
- Revisão da filosofia ministerial
Competirá exclusivamente ao Presbitério rever as disposições deste documento, quando necessário, ou oportuno.
Quer ler mais sobre o tema? Sugerimos o artigo “As cinco marcas da Missão”, de Chris Wright.