A missão da igreja no século 21

Os crentes tomam como certo que um Deus amoroso deve estar interessado em seu bem-estar, e a igreja deve fazer disso a sua missão. É isso mesmo?

José Bernardo

Este artigo foi publicado inicialmente na revista Capacitando para missões transculturais (No 21, 4oEd. Digital, 2021), produzida pelo Departamento de Educação Missiológica (Demi) da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB). Trata-se de uma publicação anual com artigos missiológicos que pode ser adquirida pelo e-mail demi@amtb.org.br pelo valor de R$ 16,00 (edições disponíveis desde 2018).

 

Ao introduzir este tema, não pretendo redefinir a missão da igreja em nosso tempo; isso seria heresia. Deus mesmo definiu sua missão nas Escrituras. Minha intenção é examinar o status da missão divina em nosso século e, eventualmente, refletir sobre o seu cumprimento. Lamento oferecer um texto de menor importância, já que não expõe a Palavra de Deus primária e indutivamente e que, mesmo procurando uma perspectiva profética, exigirá do leitor o julgamento da fidelidade à Palavra de Deus. Temo sempre que essa liberdade que tomo possa ser enganosa, mas ofereço esse exercício como um construtor que primeiro limpa o terreno para depois estabelecer os sólidos fundamentos na rocha.

Comecemos por definir o século 21. Há pouco completamos 100 anos desde a Semana de Arte Moderna organizada em São Paulo de 13 a 17 de fevereiro de 1922. Aquele evento, expressão terminal da Primeira Guerra Mundial, proclamou a ruptura com a lógica e a estética prevalentes, impulsionando o processo de desconstrução que se ampliaria e ganharia mais velocidade nas décadas seguintes. Ainda vivemos esse processo em uma intensidade que não se poderia imaginar há 100 anos; seus elementos propulsores, a diversidade urbana e a crise institucional, são os mesmos. Por isso, podemos definir o século 21 a partir do movimento consequente que convencionamos denominar como ‘pós-modernidade’.

Falta-nos uma designação apropriada para nosso momento histórico (pós-modernidade não define aquilo que ainda estamos vivendo), contudo nos situa depois da modernidade, que podemos relacionar com os desenvolvimentos tecnológicos a partir do século 16, e nos leva a supor uma pré-modernidade, compreendida no cenário medieval sob o domínio da Igreja Católica Romana. Em cada uma dessas fases, a cosmovisão se concentrou em diferentes sistemas cognitivos:

  • a pré-modernidade teve uma perspectiva emocional, o domínio da fé e do medo;
  • a modernidade foi principalmente racional, dependente da lógica e do método;
  • a pós-modernidade é animal, sensitiva, voltada para os desejos viscerais e para as sensações.

A dinâmica deste século

A pós-modernidade tem uma característica essencialmente urbana. Imaginemos uma pequena comunidade rural pré-moderna. Existe uma religião à qual todos os habitantes aderem e que determina o pensamento e a atitude coletivos. Nesse período imperam os sacerdotes. Então, na busca por novas tecnologias, essas pessoas começam a inovar e sua pequena comunidade cresce e se organiza em diversos grupos especializados; essa é a modernidade, regida pelos estudiosos. Mas a busca por incremento tecnológico multiplica o conhecimento, estabelecendo a tendência de grupos especializados cada vez menores e mais variados. Nesse processo, o amplo contato transcultural e a crescente imigração estabelecem uma diversidade cada vez maior, extremada pelo individualismo. Essa é a pós-modernidade, mediada pelos políticos.

A diversidade crescente e incontida opera contra as virtudes fundamentais do cristianismo bíblico: fé, esperança e amor. Para a convivência de pessoas dos mais diversos pensamentos e perspectivas, é necessário diminuir a importância das convicções pessoais, ou seja, a fé é relegada a uma experiência particular, sem validade para o construto social e, portanto, incomunicável – ‘religião não se discute’. Sem importância, a fé não gera esperança, as expectativas diminuem e as pessoas se concentram no que podem experimentar e sentir; ensejam-se o consumismo, o hedonismo e a luxúria – ‘carpe diem, quam minimum credula postero’ [‘aproveite o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã’] (HORÁCIO). Sem fé, pois, não há esperança, e sem esperança não há amor; as pessoas não se devotam a algo, têm dificuldade em escolher e decidir – ‘Deixa a vida me levar. Vida leva eu’ [sic] (MERITI e CAIS). O conceito de amor se banaliza e já não significa uma entrega total e permanente.

Outro ângulo pelo qual podemos ver a pós-modernidade é a vertiginosa aceleração da informação. Há cada vez mais dados e meios que aceleram sua fluência, mas isso estabelece o que podemos chamar de crise da sabedoria. Não é desconhecida a descrição da pós-modernidade como ‘era da informação’. O que não se percebe é que essa descrição denuncia uma grave crise. O ápice do processo de aprendizado é a sabedoria, a aplicação do conhecimento para o benefício social. Antes da sabedoria há o conhecimento, que é a percepção do valor da informação. Portanto, a era da informação, o terceiro nível, é uma limitação severa do conhecimento e da sabedoria. As pessoas têm amplo acesso à informação, mas falta-lhes o padrão moral para julgá-la, e não alcançam os resultados da sabedoria. Na medida em que avançamos na pós-modernidade, essa crise ainda se aprofunda. Podemos afirmar que já entramos na ‘era do dado’, quando nos tornamos incapazes de decodificar, pelo menos completamente, a imensa quantidade de dados disponível, o ‘big data’. Os algoritmos decidem os dados a que temos acesso, de modo que ignoramos uma inimaginável porção deles e somos, portanto, incapazes de valorizar a limitada quantidade de informação que convertemos – ‘está no Google’ e fica lá.

As pessoas têm amplo acesso à informação, mas falta-lhes o padrão moral para julgá-la, e não alcançam os resultados da sabedoria

Há alguns anos, querendo sintetizar a realidade contemporânea em uma única palavra, os missionários da AMME trabalharam durante dois dias e chegaram ao termo ‘fragmentação’. Isso concordou com a definição do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que usou o adjetivo ‘líquida’ para definir essa realidade. Nesse processo liquidificante, o pensamento se divide em partículas cada vez menores até que cada pessoa tenha sua própria verdade, até que cada uma tenha várias verdades. A fragmentação do pensamento atinge as instituições sociais, especialmente a família, a igreja e o Estado. O mundo se desconstrói em minorias, perde a razão, sucumbe aos desejos e às emoções, torna-se indefeso e incapaz como ‘uma cidade sem muros’ (Pv 25.28).

A igreja se preocupou muito com o comunismo nas décadas passadas, e não percebeu que o grande inimigo era, na verdade, o humanismo. Uma crise de liderança – pela falta de preparação bíblica dos líderes e a confiança no sistema secular para prepará-los – trouxe à igreja um pensamento antropocêntrico, em que o ser humano é a medida última para as decisões. Pouco a pouco a igreja passou a viver em função das pessoas, colocando os desejos delas, seus planos e ações, no centro do culto. Deus foi visto como um agente do bem-estar humano, e a idolatria substituiu o culto racional. A igreja deixou de ser servidora para se tornar consumidora! Agora ela existe para satisfazer as pessoas, não para fazer a vontade de Deus.

A confusão missional

Deixando de ser servidora, totalmente entregue a fazer a vontade de Deus, para se tornar consumidora, em busca de satisfazer os próprios desejos, planos e realizações, a igreja perdeu seu norte missional. Há algumas décadas, ainda havia clareza sobre qual é a missão da igreja. Hoje, à menção desse tema, podem-se esperar as mais diversas propostas, a maioria delas fundamentadas em um vago senso comum de que Deus ama tanto o mundo que fará tudo para que as pessoas se sintam bem.

Observando essa situação, foi possível colecionar os falsos evangelhos que contaminaram a igreja e que ocupam a maior parte da pregação evangélica hoje em dia:

  • o evangelho da prosperidade, do bem-estar material, que vê a missão da igreja como treinamento para o sucesso aparente, status e autorrealização (coaching);
  • o evangelho social, da promoção do bem-estar comunitário, que vê a igreja como uma ONG, tendo a missão de lutar pela justiça conforme o mundo;
  • o evangelho terapêutico, da cura emocional e do bem-estar psicológico, que entende a missão da igreja como a de um consultório de psicologia;
  • o evangelho político, que ignora sermos peregrinos e estrangeiros, e confunde o reino de Deus com eleição de governantes evangélicos e a igreja com diretório político, até partidário;
  • o evangelho acadêmico, que privilegia os altos estudos teológicos, ilustrados pela filosofia e pelo conhecimento geral, e que pensa na igreja como uma instituição acadêmica, dedicada ao bem-estar intelectual;
  • o evangelho místico, que estimula uma espiritualidade fantástica, irresponsável e misteriosa, que desvia a culpa do pecado para a ação dos espíritos.

Embora pareçam diferentes e até conflitantes, esses seis falsos evangelhos, produtos do individualismo autoindulgente da pós-modernidade, compartilham características idênticas:

  • são todos antropocêntricos e não cristocêntricos – o deus deles está a serviço dos seres humanos;
  • são plurais e não ‘bibliobásicos’ – para eles a Bíblia não é exatamente a Palavra de Deus, buscam a verdade em diversas fontes, as mais convenientes;
  • são materiais, não espirituais – querem coisas que possam ser vistas, ouvidas ou sentidas, o que é material se reveste de maior importância;
  • são temporais e não eternais – preocupados com o tempo presente, com as coisas deste século, sem uma perspectiva da eternidade e sem valorizar as coisas eternas;
  • são divergentes, individualistas, não convergentes – buscam os próprios interesses sectários, não os do Corpo de Cristo;
  • são formais e não experienciais – sua fé consiste em rituais, cerimônias e dogmas, não na experiência transformadora com a Palavra viva de Deus.

O maior apoio que esses falsos evangelhos recebem vem do senso comum. Os crentes tomam como certo que um Deus amoroso e bom deve estar interessado em seu bem-estar, e a igreja, como instrumento divino, deve fazer disso a sua missão. Tal pensamento simplista se impõe como chave interpretativa das Escrituras, e as pessoas passam a ler exclusivamente os textos que confirmam a ideia. Ignora-se, por exemplo, a categorização daquilo que foi claramente definido como propósito e missão da igreja, isto é, a comunicação do evangelho, e do que foi indicado como expressão do caráter transformado pela mensagem evangelística: evangelizamos porque fomos vocacionados e socorremos porque fomos transformados. Ainda pior do que a confusão missional impulsionada pelo senso comum das ovelhas (e a ambição maligna dos lobos), há o deliberado menosprezo para com a Palavra de Deus. ‘Não adianta apenas falar’, dizem, referindo-se à evangelização, como se a verdade não fosse poderosa para libertar da pior escravidão. Infiéis! Esquecem que ‘pela Palavra de Deus os mundos foram criados’ (Hb 11.3). Que resultado duradouro alcançariam sem ela?

A desatualização da igreja

Nesse cenário, considerando o modelo ‘emocional, racional e animal’ que define respectivamente a pré-modernidade, modernidade e pós-modernidade, a igreja evangélica estagnou-se na modernidade. De modo geral, ela ainda vive no modelo racional, e a teologia sistemática é o seu prumo. Em discussões como a da ideologia de gênero, do casamento e adoção homossexual, do aborto e da legalização de drogas, a igreja está sempre procurando a lógica dogmática do certo e errado, enquanto as pessoas pós-modernas discutem a partir do que elas desejam individualmente. Em um mundo de verdades tão particularizadas, somos acusados de maniqueísmo. Por outro lado, a incapacidade de a igreja perceber a nova realidade e suas ilusões produziu um abjeto dualismo. Apenas um pequeno percentual de cristãos da geração Z vive o que professa e pode ser classificado como cristãos comprometidos. O evangelicalismo é, grosso modo, uma expressão da Reforma que definiu a modernidade, mas sua estrutura anacrônica é inútil na pós-modernidade.

Não deveria ser assim, porém. Se aceitarmos a visão da história cíclica, pré-modernidade, modernidade e pós-modernidade compõem um ciclo de três estágios, impulsionado possivelmente pelo estresse. Quando a sociedade se cansa de um estágio, a exaustão a leva ao próximo. Com isso, no estágio anterior, tivemos a pré-modernidade dos persas e seu zoroastrismo, a modernidade dos gregos e seu helenismo, e a pós-modernidade dos romanos e sua pax romana. Essa ideia situa o período dos profetas na pré-modernidade, o farisaísmo exílico e pós-exílio na modernidade e o cristianismo na pós-modernidade. Eis a questão, se o cristianismo é virtualmente pós-moderno, por que o evangelicalismo é modernista? Por que a missão bíblica de comunicar o evangelho se torna tão difícil?

Pensando no cristianismo neotestamentário como uma vivência pós-moderna, devemos reconhecer, antes de tudo, que ele não absorveu todas as imposições de seu tempo. Bons exemplos disso são (1) a habilidade da apologia bíblica de associar desconstrução com reconstrução e (2) a resistência ao individualismo com a promoção da pessoa como membro especializado do corpo social. O que acontece é que o cristianismo foi capaz de dialogar com a pós-modernidade romana, então é absurdo que tenhamos tanta dificuldade para nos comunicar com o mundo pós-moderno quando cada texto do Novo Testamento foi composto dentro de uma realidade da ditadura dos desejos individuais. O evangelicalismo, com sua teologia exclusivamente proposicional, transformou a dinâmica Palavra de Deus em um conjunto formal de doutrinas, desprezando a vivência do texto bíblico, e se tornou irrelevante para essa geração. Jesus, muito pós-modernisticamente, disse: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28), mas nós oferecemos cursinhos das doutrinas de nossas igrejas ou nossos esquemas consagrados para alcançar determinados objetivos.

A mensagem pós-moderna do evangelho

O formalismo do evangelicalismo faz com que a cada vez que perguntamos ‘o que é o evangelho?’ a resposta seja sempre a ideia pronta de que ‘evangelho são as boas novas’. Mas que boas notícias são essas em que consiste o evangelho? Para responder a isso, gosto de ver o sumário da evangelização de Jesus conforme Marcos o apresentou: “Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galileia, proclamando as boas novas de Deus. ‘O tempo é chegado’, dizia ele. ‘O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas!’” (Mc 1.14,15). Embora a tradução traga o termo ‘boas novas’, o original traz a expressão sempre no singular: ‘a boa nova de Deus’. E que boa notícia era essa? Certamente não a informação de urgência ‘o tempo é chegado’, nem o chamado à ação ‘Arrependam-se e creiam’, mas seguramente a acessibilidade do ‘Reino de Deus’. Uma geração dominada por seus desejos carnais, iludida pelo pensamento individualista, destruída pela fragmentação institucional, precisa ouvir que Deus, em Cristo, está disposto a reinar sobre cada pessoa até conduzi-la à cura e à vida eterna.

Paulo, ensinando aos efésios que o plano Deus está se realizando na terra, e os  preparando para participarem disso, falou sobre a mensagem essencial do evangelho para a pós-modernidade: “E nos revelou o mistério da sua vontade, de acordo com o seu bom propósito que ele estabeleceu em Cristo, isto é, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos tempos” (Ef 1.9,10). Falando aos filipenses em seu contexto igualmente pós-moderno, disse: “Para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo, retendo firmemente a palavra da vida…” (Fp 2:15,16a). O governo de Deus em Cristo é a mensagem que devemos pregar no meio de uma geração corrompida e depravada, e essa evangelização é a missão da igreja.

A missão da igreja

O evangelho é a mensagem do Reino, de que Deus, em Cristo, está disposto a governar as pessoas que vivem desgovernadas sob a ditadura de seus desejos carnais, seus planos humanos e suas realizações passageiras. A comunicação dessa mensagem é a missão da igreja. Para cumpri-la e enquanto o fazem, os crentes realizam muitas tarefas, mas nenhuma delas pode ser definida como sua missão. A missão da igreja é comunicar o evangelho, e o relato do comissionamento de Jesus para a igreja, por cada um dos evangelistas, comprova essa ideia. No momento mais solene da história eclesiástica, Jesus não disse à igreja neonata para fazer isso ou aquilo outro, mas para discipular, conforme Mateus; pregar, conforme Marcos; testemunhar, conforme Lucas; e ministrar o perdão dos pecados, conforme João. Portanto, comunicar o evangelho, ensinando, proclamando, testemunhando e aconselhando é, definitivamente, a missão da igreja. Para cumprir a missão bíblica de comunicar o evangelho do Reino no século 21, a igreja deve atentar para pelo menos quatro desafios.

Em um tempo em que os médicos concorrem com pacientes que acham mais informação sobre uma enfermidade específica do que eles mesmos, a igreja não cumprirá sua missão como se estivesse escrevendo em ‘tábula rasa’. Nós comunicamos o evangelho a um mundo embebido em dados e às vezes em informação. Devemos estar preparados tanto para ‘manejar bem a Palavra da Verdade’ (2Tm 2.15) como para nos relacionar com pessoas orgulhosas de seu pretenso conhecimento.

O relato de cada evangelista sobre a missão da igreja consagrou quatro canais para a comunicação do evangelho: ensino, proclamação, testemunho e aconselhamento. Contudo, a tecnologia não foi delimitada. Novas técnicas podem e devem ser usadas para aumentar a eficácia da comunicação missional em cada canal. Infelizmente, a igreja se atrasou no uso das artes plásticas, do teatro, do rádio, da televisão e ainda não sabe usar os meios digitais. Além da curadoria do conteúdo bíblico, para cumprir sua missão no século 21, a igreja deve ser capaz na transformação digital e na gestão de novas tecnologias de informação.

O terceiro desafio é superar a ilusão monocrática da teologia sistemática e adotar uma teologia do texto, livre da filosofia e da precedência de qualquer chave interpretativa. Uma teologia em que, simplesmente, ‘as coisas reveladas são para que nós as sigamos’ (Dt 29.29). Recentemente, no esforço de entender como a igreja deve cumprir sua missão neste século, muitos pastores se voltaram para a teologia bíblica, mas não há muito futuro nisso se quem explica esse modo de ouvir e comunicar a Palavra de Deus são os teólogos sistemáticos. Depois de ser uma celebridade desconhecida, a teologia bíblica é envolvida em uma cortina de fumaça, e a esperança de uma pregação relevante para a pós-modernidade desaparece antes de aparecer.

Finalmente, não nos incomoda que nos últimos cinco séculos o Espírito Santo tenha se tornado uma pombinha ao lado das outras pessoas da Trindade? Deveria! O fato é que, exceto pela experiência pentecostal, o evangelicalismo secundarizou o Espírito Santo e carece do poder para testemunhar. Adotamos uma cristologia logocêntrica, mas a privamos do enchimento do Espírito Santo. Com isso, nos privamos do recurso definitivo pelo qual deveríamos esperar, tornando-nos incapazes de comunicar o evangelho e cumprir nossa missão para com uma geração cada vez mais sensorial. Essa é a geração a quem Jesus disse que daria o sinal do profeta Jonas, o que nós também devemos fazer.

 

Sobre o autor

José Bernardo, escritor e conferencista, é o fundador e presidente da Agência Missionária de Mobilização Evangelística – AMME evangelizar – e vice- presidente do ministério internacional de distribuição das Escrituras OneHope Inc.

Esse artigo foi publicado inicialmente na revista Capacitando para missões transculturais (No21, 4o Ed. Digital, 2021), produzida pelo Departamento de Educação Missiológica (Demi) da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB). O Martureo obteve a devida permissão para republicá-lo.

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