Como é ser cristão na Arábia Saudita?
Qualquer expressão de fé pública em Jesus pode ser punida
A vitória da seleção da Arábia Saudita no jogo de estreia na Copa do Mundo da FIFA 2022 contra a Argentina por 2 x 1 no dia 22 de novembro surpreendeu a maior parte dos especialistas e torcedores. Quem do grupo C, que inclui também México e Polônia, deve seguir para as oitavas?
O Reino da Arábia Saudita (nome oficial) é uma monarquia absoluta teocrática –Salman bin Abdulaziz Al Saud governa o país desde 2015 de acordo com os preceitos da lei islâmica (sharia).
Crenças religiosas na Arábia Saudita
Dos cerca de 35 milhões de habitantes do país, a maioria expressiva é muçulmana. Oficialmente, a Arábia Saudita é 100% islâmica, mas dados de diversas organizações falam de um percentual que varia de 90 a 93% de islamitas (desses, cerca de 90% são sunitas), seguido por cerca de 5% de cristãos. Há minorias de outras tradições religiosas como hindus, budistas e siquistas e de ateus.
Berço da religião fundada pelo profeta Maomé no século VII, o país abriga, além da segunda maior reserva de petróleo do mundo, Meca e Medina, duas cidades consideradas sagradas para muçulmanos do mundo inteiro. A peregrinação a Meca (hajj) é um dos pilares do islamismo e deve ser feita pela menos uma vez na vida por aqueles que têm condições financeiras e físicas.
É permitido ser cristão na Arábia Saudita?
A prática de qualquer tradição religiosa além do islamismo é proibida. Não se encontra no país nenhum templo de igreja. A conversão do islamismo a outra religião é considerada apostasia, e pode acarretar, inclusive, pena de morte. Contudo, os tribunais sauditas, ultimamente, costumam impor longas penas de prisão e chicotadas por blasfêmia.
Segundo a organização Portas Abertas, que coloca a Arábia Saudita em 11º no ranking de países em que os cristãos são mais perseguidos por conta de fé em Jesus, “igrejas, cruzes ou qualquer outro símbolo da presença cristã são proibidos por lei, até mesmo no solo soberano das embaixadas”.
O país possui um grande contingente, mais de 30%, de expatriados e mesmo de imigrantes ilegais, e, claro, alguns deles são cristãos ou de outra religião. O governo fez declarações de que os não muçulmanos poderiam praticar sua religião de forma privada, mas não lhes é permitido conversar sobre a sua fé com os muçulmanos. Ainda assim, a falta de regras claras deixa os seguidores de Cristo à mercê da polícia local. É sabido, contudo que muitos cristãos, inclusive os origem muçulmana que reconheceram Jesus como Senhor, praticam a sua fé em segredo ou de forma discreta, e alguns têm a ousadia de compartilhar o evangelho com amigos muçulmanos.
Como orar pela Arábia Saudita?
- Que os cristãos, especialmente os de origem muçulmana, permaneçam firmes.
- Que o Espírito Santo prepare o coração dos que não conhecem o Senhor Jesus para que se abram para o evangelho.
- Pelos governantes, a fim de que a liberdade religiosa possa ser uma realidade.
- Por cristãos que estejam dispostos a viver no país e, apesar dos riscos, compartilhar sua fé.