Como é ser cristão no Irã?

Na segunda, dia 21 de novembro, a seleção do Irã fez sua partida de estreia contra a Inglaterra na Copa do Mundo da FIFA 2022. Além dessas duas seleções, Estados Unidos e País de Gales compõem o Grupo B do torneio mundial de futebol.

A notícia que mais circulou nas últimas semanas na mídia sobre o Irã na Copa, contudo, diz respeito ao pedido de um grupo de atletas iranianos à FIFA – eles reivindicavam a exclusão de seu país da disputa. A alegação é que a Federação Iraniana de Futebol fortalece a opressão das mulheres ao não permitir que elas frequentem estádios. Desde outubro – quando Mahsa Amini (22) morreu após ser presa pela polícia da moral por supostamente descumprir o código de vestimenta do país – o Irã enfrenta uma onda de protestos.

Composição religiosa do Irã

Com cerca de 80 milhões de habitantes, a República Islâmica do Irã tem cerca de 98% de sua população identificando-se como muçulmana, e a constituição da nação é amplamente baseada na sharia (lei islâmica). Os cristãos, cerca de 800 mil segundo a organização Portas Abertas, são a mais expressiva das minorias ao lado de bahá’ís (minoria não reconhecida oficialmente), judeus, zoroastrianos e mandeanos.

Dentre os muçulmanos iranianos, os xiitas compõem o maior grupo religioso (cerca de 93% da população), os sunitas vêm em seguida (cerca de 6% da população). Interessante notar que, em termos globais, grosso modo, 4 em cada 5 muçulmanos são sunitas. Outro dado curioso: o Irã é um dos poucos países não árabes da região, sua população é de origem persa.

É possível viver como cristão no Irã?

A constituição permite que minorias não-muçulmanas pratiquem sua religião, e proíbe a investigação das crenças de um indivíduo. Há cristãos no país desde o primeiro século, e encontram-se igrejas “oficiais” de cristãos armênios e assírios. Contudo, a conversão do islã para outras religiões é proibida, e ensinar a Bíblia e contar aos outros sobre a fé cristã pode resultar em condenação. Por conta disso, cristãos de origem muçulmana precisam muitas vezes manter sua fé em segredo e se mantêm isolados dos cristãos de tradição histórica. A organização Portas Abertas coloca o Irã em 9ª posição no ranking de países com maior perseguição aos cristãos. “Igrejas domésticas formadas de cristãos de origem muçulmana são muitas vezes invadidas, e tanto líderes quanto membros são presos, acusados e recebem longas sentenças de prisão por ‘crimes contra a segurança nacional’”, relata Portas Abertas. Ainda assim, o interesse pelo evangelho tem crescido e muitos estão reconhecendo Jesus como Senhor ali.

Como orar pelo Irã?

• Que os cristãos oriundos de contextos muçulmanos perseverem em sua fé.
• Que as autoridades não enxerguem os cristãos como uma ameaça.
• Pelo novo presidente Raisi, a fim de ele honre os direitos e as contribuições das minorias religiosas do Irã.
• Para que as igrejas domésticas se multipliquem.