A missão no território secular atual

As metanarrativas racionalista-humanista e bíblica: conflito entre religiões?

Rafael Zulato Langraff

Introdução

Trabalhei por dezessete anos no escritório de uma indústria metalúrgica na cidade de São Paulo e, logo em meu primeiro ano, fui chamado ao departamento de Recursos Humanos para ser advertido sobre minha postura. Sentei-me do outro lado da mesa à frente da supervisora do departamento e escutei um breve sermão sobre a necessidade de eu me conscientizar que aquele local era um local de “trabalho secular” e, desse modo, eu não deveria expressar nenhum tipo de religião pessoal ali. Não, eu não estava pregando o evangelho em meu horário de trabalho do modo que você pode estar imaginando –discursando em voz alta de pé no meio do escritório, dando estudos bíblicos ou “fazendo um culto” enquanto deveria estar em alguma reunião profissional. Estava apenas sendo cristão: não escondendo minha fé, convicções e me negando a mentir ou ter outras condutas condenáveis justificando-me com as Escrituras.

A crença na existência de um espaço religioso neutro – protegido por um domo onde Deus não atua e, portanto, consistindo em um local legislado por suas próprias regras morais – é um conceito a que o Ocidente pós-iluminista aderiu fortemente e a que muitos cristãos (infelizmente) neste contexto aderiram. Em Lucas 6.22-23, somos encorajados por Jesus a nos alegrarmos quando sofrermos injúrias ou perseguições por causa do evangelho de Cristo. Vale destacar que não devemos nos alegrar se formos advertidos por sermos negligentes no trabalho ou desrespeitosos em relação à alguma autoridade. Segue que o cristão deve ser responsável para com suas obrigações, mas ao mesmo tempo é esperado o conflito por não pressupor uma vida de neutralidade religiosa em um território secular.

Neste artigo, apresentarei algumas definições acerca do secularismo a fim de propor uma reflexão sobre qual deve ser a postura do cristão nos espaços tidos por seculares.

1. A narrativa ocidental secularista

O dicionário define secular como “algo mundano, sem voos monásticos, leigo ou que não pertence a ordens religiosas”.[1] Assim, secular refere-se a algo que está isento de religião. A ideia de um espaço ou território secular é, portanto, o argumento de que em locais públicos deve existir uma neutralidade religiosa. A defesa em favor de uma sociedade secular consiste, em suma, na busca em se desprender da metanarrativa bíblica como resposta às questões existenciais. Metanarrativa é o grande discurso que tem por função responder como o mundo é (sua função descritiva) e como devemos viver no mundo (sua função normativa).[2] Trata-se da explicação descritiva, isto é, de pequenas narrativas que definem as crenças. A metanarrativa é o cerne de uma cosmovisão. Cosmovisão, por sua vez, pode ser definida como:

compromisso, a orientação fundamental do coração, que pode ser expresso em uma história ou um conjunto de pressupostos (suposições que podem ser verdadeiras em parte ou de todo falsas) que mantemos (de forma consciente ou subconsciente, consistente ou inconsistente) sobre a constituição básica da realidade e que fornece fundamento sobre o qual vivemos, nos movemos e existimos.[3]

Todo ser humano possui – consciente ou inconscientemente – uma cosmovisão ou aquilo que se acredita ser real.[4] A cosmovisão de um indivíduo influencia diretamente suas crenças. Essas crenças moldam poderosamente a vida, pois estão incrustadas na narrativa que adotamos acerca do mundo e, portanto, influenciam nossos valores e costumes, ou seja, toda nossa cultura. Denominamos cultura o conjunto de costumes, valores, crenças e cosmovisão de um indivíduo ou sociedade. Ao olharmos para uma cultura, o que vemos são as práticas ou costumes (como agimos), que consistem apenas na casca exterior de um sistema de camadas. É necessária uma análise mais cuidadosa para identificar a próxima camada, que são os valores (o que é bom ou melhor) nos quais os costumes se baseiam. Os valores, por sua vez, estão pautados nas crenças (o que é verdadeiro) que são fundamentadas em uma cosmovisão (o que é real).

A reflexão cosmológica busca investigar as camadas mais profundas a fim de que haja consciência dessas crenças basilares e de seu impacto. Em suma, um estudo cosmológico busca expressar resumidamente a grande narrativa de uma determinada cosmovisão, identificar as crenças fundamentais dessa narrativa e enunciar e explicar essas crenças. A cosmovisão cristã, por exemplo, olha o mundo por meio da Bíblia, sua fonte de revelação.

Olhar o mundo por meio das Escrituras é, na verdade, olhar o mundo através de três lentes ao mesmo tempo: como algo criado por Deus, deformado pelo pecado e que está sendo resgatado pela obra de Cristo. Tire qualquer uma dessas lentes, e a cosmovisão bíblica ficará distorcida.[5]

Por outro lado, uma cosmovisão que exclui a metanarrativa bíblica necessariamente substituirá a narrativa cristã por outras narrativas. Um exemplo é a cosmovisão apresentada pelo iluminismo ocidental do século 18, que defende uma metanarrativa na qual o progresso, baseado na razão e na ciência, conduziria a humanidade a um novo mundo de paz e prosperidade. Os iluministas, desse modo, substituíram a metanarrativa bíblica pelo racionalismo humanista.

O desenvolvimento histórico do cristianismo e do humanismo ocorreu paralelamente como duas cosmovisões concorrentes do ocidente. Com base nesse antagonismo, pode-se dividir a história do ocidente em quatro grandes períodos:

  1. Pagão – Período clássico do império greco-romano.
  2. Síntese medieval – Após a fusão do cristianismo com o estado romano.
  3. Antitético – Período marcado pela hostilidade entre as duas cosmovisões durante a modernidade pós idade média.
  4. Neopagão – Período contemporâneo pós-moderno.

“Enquanto o [período] pagão se refere a uma cultura que nunca teve a luz do evangelho, o neopagão designa uma cultura nascida da rejeição do evangelho”.[6]

Estamos, dessa forma, vivendo um período caracterizado pela cultura de hostilidade, quase sempre não fundamentada, em relação às crenças cristãs. Vale destacar que, conforme supracitado, uma cosmovisão acarretará, em último estágio, em comportamentos condizentes com aquilo em que se acredita. Tendo isso em mente, é importante destacar três importantes observações acerca da relação entre as narrativas da cultura ocidental contemporânea (humanista) e a bíblica (cristã):

Em primeiro lugar, assim como a própria narrativa bíblica, a narrativa ocidental afirma ser a verdadeira narrativa do mundo. Aliás, com frequência ela simplesmente pressupõe essa superioridade, mascarando sua própria reinvindicação de ser verdade ao atribuir a todas as outras narrativas semelhantes uma posição secundária, considerando-as meramente “religiosas”. Em segundo lugar, à semelhança da narrativa bíblica, a narrativa cultural abarca tudo, com reivindicações sobre todos os aspectos da vida humana. Em terceiro lugar, a narrativa ocidental é radicalmente, embora não totalmente, incompatível com a narrativa bíblica.[7]

Durante o século 19, o processo de secularização tomou três caminhos distintos no Ocidente. O primeiro caminho foi o da secularidade absoluta ou máxima, que é marca principalmente do continente europeu. Nesse modelo, a cosmovisão humanista secular vê a fé cristã como inimiga que deve ser atacada, destruída e substituída. O segundo caminho, característico do Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, é denominado mera secularidade. Aqui, “a visão humanista ignora as formações cristãs, permitindo-lhes uma morte lenta e simples pela falta de atenção”. Por fim, a secularidade controlada ou ambígua é quando “a maioria continua a aderir à religião cristã, mas sutilmente a transforma de maneira significativa para se adequar à visão secular”.[8] Esse último modelo é marca característica dos Estados Unidos, mas acredito ser assertivo afirmar que também é o modelo que tem dominado mais amplamente a cultura no Brasil, como mostra o relato do início deste artigo do quadro cultural pelo qual fui confrontado.

2. O aspecto religioso da cosmovisão secular

Todo ser humano serve em sua vida a um ou mais deuses. Adoração consiste em se prostrar perante algo ou alguém para servi-lo. Nessas duas afirmações, não estamos nos referindo estritamente à adoração de uma imagem ou estátua de algum deus pagão, mas a qualquer coisa que guie a volição humana de forma servil.

Costumamos definir religião como a crença ou devoção a um objeto transcendente […], no entanto, ao longo da história da humanidade, não apenas objetos transcendentes, mas também objetos imanentes – aqueles que são parte da realidade concreta – têm sido alvo de crença e devoção religiosa. […] Religião é a relação de confiança e devoção estabelecida por um indivíduo ou grupo com um determinado objeto, da qual esse indivíduo ou grupo espera obter as respostas finais sobre: sentido, significado, valor, reconhecimento, prazer, segurança etc.[9]

Desse modo, uma pessoa materialista – que defende que o conhecimento racional é o conhecimento definitivo da realidade, sendo que tal racionalismo focado no homem poderá guiá-lo a uma situação de estabilidade, segurança e prosperidade ao ponto de dedicar sua vida na busca de tais ideais – pode ser considerada uma pessoa religiosa. Um homem pode, por exemplo, adorar o dinheiro e dedicar toda sua vida na busca de riquezas. Outro pode adorar a sua própria imagem e transformar o seu corpo em objeto de culto. Ainda que a metanarrativa de uma cosmovisão exclua a existência de Deus, como é o exemplo do ateísmo naturalista gerado pelo iluminismo, ainda assim suas crenças o conduzirão a uma posição religiosa de adoração. Bob Goudzwaard afirma ainda que cada pessoa é transformada à imagem e semelhança de seu deus e, consequentemente, “a humanidade cria e forma uma estrutura de sociedade à sua própria imagem”.[10] Segue que é falsa a suposta neutralidade do secularismo em relação à religião.

O que existe não é uma sociedade secular, mas uma sociedade pagã; não é uma sociedade carente de imagens públicas, mas uma sociedade que cultua deuses que não são Deus.[11]

A partir do que foi exposto até aqui, podem ser deduzidas as seguintes proposições úteis:

  1. A narrativa ocidental secularista consiste em uma cosmovisão que busca substituir a narrativa bíblica cristã;
  2. Todo ser humano é religioso com base na cosmovisão que possui (de forma consciente ou não);
  3. Todo ser humano é transformado à imagem e semelhança daquilo que adora;
  4. A sociedade é formada e estruturada sob os padrões de crença dos indivíduos;
  5. A esfera secular consiste em uma sociedade religiosa que se opõe ao cristianismo;
  6. O conceito de neutralidade religiosa do secularismo é falso.

Logo, é impossível agir de modo neutro no espaço secular. Quando um indivíduo pensa estar agindo de modo neutro, ele está, na verdade, aderindo à religião da cosmovisão secular.

3.  O secularismo: uma religião a ser confrontada pelo evangelho

O conflito entre o cristianismo e outras religiões é inevitável. “As boas-novas também podem ser uma má notícia para aqueles cujos interesses pessoais sejam ameaçados por elas”. Defender a verdade do evangelho cristão encontrará, necessariamente, resistência nos grupos (1) que defendem outras cosmovisões dependentes do orgulho das próprias realizações, (2) que desejam que a “sua” salvação venha de um mercado religioso mais “lucrativo” ou (3) que reivindicam o direito de pertencer a um ‘povo certo’ exclusivista. Há ainda “o fato de o evangelho convocar as pessoas ao arrependimento e a mudar radicalmente sua ética pessoal e social”, o que “irrita aqueles que querem os benefícios do evangelho, mas resistem às suas exigências”.

Portanto, há uma dimensão polêmica no evangelho. O evangelho confronta as coisas que o contradizem ou as pessoas que o negam ou rejeitam. Ele existe em um explícito contraste e conflita com outras cosmovisões e com as principais convicções que as pessoas têm.[12]

Trata-se de uma questão urgente para ser tratada no âmbito da missão cristã. Existe uma expansão da pluralidade religiosa no mundo que já resulta em uma minoria cristã em meio a um mar de pluralidade religiosa no Sul global. “A igreja já não pode ignorar ou subestimar outras religiões”.[13]

Uma postura fiel para a igreja cristã em relação às grandes religiões do mundo será a do confronto missionário. […] O confronto missionário é o que se dá entre os compromissos religiosos definitivos e abrangentes que moldam diferentes estilos de vida. A palavra “confronto” defende um firme compromisso com afirmações definitivas e amplas, e impede a acomodação de qualquer visão religiosa em outra visão mais definitiva e abrangente. Elas podem se opor apenas por meio de um confronto.[14]

O confronto surge por conta de quatro realidades integradas:

  1. Uma cosmovisão define de um modo amplo como compreender o mundo e como viver nele;
  2. Existe uma pluralidade de cosmovisões dividindo espaço em uma cultura comum;
  3. Todas as cosmovisões afirmam ser verdadeiras;
  4. Uma cosmovisão resulta em um compromisso fiel dos indivíduos de modo integral com suas crenças que regerá seu comportamento.

“Assim, a fidelidade reside na postura do confronto missionário entre esses compromissos religiosos conflitantes”.[15]

A missão da igreja compreende esse conflito tal como expressado na oração de Jesus descrita em João 17.15-18. Existem duas maneiras pelas quais a igreja abandona a fidelidade para com sua natureza missionária, ambas em extremos opostos: a sacralização e a secularização. A primeira ocorre quando o povo de Deus se fecha nos limites da igreja institucional. Trata-se de uma desobediência das ordens divinas de impactarmos o mundo. Michael Goheen chama esta postura de igrejismo. Nesse sentido, “a igreja tornou-se introvertida e egocêntrica”.[16] No caso da secularização, ocorre a assimilação dos costumes do mundo (mundanismo). Se o secularismo é uma oposição externa em favor de um espaço neutro sem a religião cristã, ele consiste no esvaziamento do cristianismo de dentro para fora.

Somando o tempo que estamos em espaços públicos (transportes, mercados, escolas, trabalho etc.) ao fato de que alguns convivem com familiares não cristãos, vemos que na maior parte dos nossos dias estamos interagindo com o mundo secular. Caso o cristão venha a aderir ao mito da neutralidade secular e viver uma dicotomia de vida religiosa, passará a maior parte do tempo vivendo de acordo com os princípios humanistas, ou seja,

  • com uma ética secular;
  • uma consciência de inexistência de Deus;
  • regido pelo conceito de causa e consequência em que as capacidades e habilidades humanas ditarão os resultados;
  • completamente desassistido da soberania de Deus.

O que segue é que esse cristão, habituado a viver com essa postura e mentalidade, terá assimilado a cosmovisão secular. Quando esse mesmo cristão se reunir com o corpo de Cristo no domingo por algumas horas – não mais de 2% da totalidade de seu tempo em uma semana –, será parte de um fenômeno pelo qual passam muitas igrejas chamado processo de secularização: o [suposto] cristão trará consigo crenças e costumes seculares para o convívio da igreja.

A triste realidade resultante dessa conjectura é: há mais missionários do mundo secular dentro das igrejas do que missionários da igreja no mundo secular! A igreja precisa preparar os cristãos para serem testemunhas de Jesus neste mundo de pluralismo religioso que inclui o secularismo. É necessário saber dialogar e interagir com outras cosmovisões sem renunciar ao cerne do evangelho, ainda que o conflito – que de modo algum significa imposição ou desrespeito, nem deve estar baseado em confrontos verbais violentos – seja inevitável. O conflito pode ser mais bem compreendido pelo incômodo e estranheza que a postura cristã (contrastante) causam: não são as práticas e costumes “esperados”. Em 1 Pedro 3.15b, lemos a seguinte recomendação do apóstolo: “Estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós”. A apresentação do evangelho é a resposta que pressupõe uma pergunta. É no mínimo interessante que o filósofo Platão defina filosofia, que por sua vez é – para ele – o meio para se encontrar a verdade, como aquilo que surge do espanto, isto é, a resposta que vem após o espanto com algo que não compreendemos. Nesse caso, o espanto deveria ser causado pelo viver diferente do cristão no mundo. Desse espanto surgirá a pergunta para a qual a resposta são as boas-novas do evangelho.

Tal desafio não é algo novo ao cristianismo. Quando o evangelho de Cristo foi pregado pela primeira vez em meio ao pluralismo religioso do mundo do primeiro século, não foi um escândalo menor do que ele é para o pluralismo do século 21.

O povo de Deus ainda enfrenta o mesmo desafio ainda hoje. Nossa missão é, no mínimo, fazer com que aqueles que nos rodeiam fiquem curiosos a respeito do Deus que adoramos e de nosso estilo de vida. Mas note que é o segundo elemento (nosso estilo de vida) que leva ao primeiro (curiosidade a respeito de Deus).[17]

Todo ser humano é, por natureza, religioso. Como tal: 1) busca a Deus, 2) deseja a salvação, 3) procura seu lugar no Universo, 4) percebe um padrão ou moral e 5) busca significado. Essas características também são o ponto de atração magnética que possibilita a comunicação do evangelho de Cristo. Responder a esses anseios é o que dá origem a todas as grandes religiões da história. No entanto, as respostas propostas pela metanarrativa bíblica devem ofuscar as demais ao serem contempladas pelo mundo por meio do testemunho da vida diferenciada dos cristãos, expondo assim a inconsistência das demais narrativas.

O próprio racionalismo iluminista está perdendo força à medida que o Ocidente começa a observar as evidências do seu fracasso após as duas Grandes Guerras do século 20. Pobreza, degradação ambiental, proliferação de armas e violência, problemas psicológicos em profusão e os problemas sociais e econômicos geram debates e incertezas que buscam uma alternativa pós-modernidade iluminista. Trata-se de uma oportunidade para a igreja proclamar – e viver – o evangelho como resposta (boas-novas) aos anseios deste mundo.

Conclusão

Durante os dezessete anos em que trabalhei na empresa citada na introdução deste artigo, não fiz concessões à minha fé, nem deixei de testemunhar do evangelho de Cristo. Essa postura gerou alguns – na verdade, vários – conflitos, mas também tocou nos seguintes pontos essenciais da vida cristã e da missão.

  1. Quando o cristão é fiel ao evangelho de Cristo e não vive uma pseudoneutralidade religiosa, o mundo perdido encontra a verdade por meio de seu testemunho da mesma forma que encontramos uma luz em uma casa escura.
  2. O próprio cristão e a igreja se fortalecem mutuamente cumprindo a missão, pois os cristãos se reunirão para buscar fortalecimento equipando e servindo uns aos outros.

Ainda que aceitemos a narrativa do secularismo de que religião deve permanecer no âmbito pessoal (mas não devemos aceitar, principalmente porque vimos que o próprio secularismo é um sistema religiosos e utiliza esse discurso por se opor ao cristianismo), precisamos nos atentar para o fato de que uma cosmovisão pressupõe não somente nossas crenças (religião), mas valores (ética) e comportamentos que permeiam toda a nossa a vida e exercem influência em todas as esferas.

Não existe um espaço de neutralidade, um ambiente isento da onipresença, onisciência e onipotência divinas.

 

Sobre o autor
Rafael Zulato Langraff é bacharel em Teologia com especializações em Sociologia e Filosofia, além de acumular formação na área musical. Professor em alguns seminários, também é escritor.

 

Referências bibliográficas

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio: O dicionário da língua portuguesa. Curitiba, 2010.

FONTES, Filipe. Você educa de acordo com o que adora: Educação tem tudo a ver com religião. São José dos Campos, 2017.

GOHEEN, Michael W. & BARTHOLOMEW, Craig G. Introdução à cosmovisão cristã: Vivendo na intersecção entre a visão bíblica e a contemporânea. São Paulo, 2016.

GOHEEN, Michael W. A missão da igreja hoje. Viçosa, 2019.

NEWBIGIN, Lesslie. O evangelho em uma sociedade pluralista. Viçosa, 2016.

SIRE, James W. O universo ao lado: Um catálogo básico sobre cosmovisão. Brasília, 2018.

WRIGHT, Christopher J. H. A missão do povo de Deus: Uma teologia bíblica de missões. São Paulo, 2012.

[1] FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio: O dicionário da língua portuguesa. Curitiba, 2010.

[2] GOHEEN, Michael W. & BARTHOLOMEW, Craig G. Introdução à cosmovisão cristã: Vivendo na intersecção entre a visão bíblica e a contemporânea. São Paulo, 2016, p. 54

[3] SIRE, James W. O universo ao lado: Um catálogo básico sobre cosmovisão. Brasília, 2018, p. 24

[4] É comum encontrar a definição de cosmovisão como “uma visão de mundo”. Apesar de comportar a ideia central de uma cosmovisão – responder ao que é real –, corre o risco de ser simplista. Alguns teóricos diriam que a cosmovisão são as lentes dos óculos pelo qual enxergamos o mundo. James W. Sire afirma que não devemos entender o conceito somente como lentes hermenêuticas da vida, isto é, visão de mundo ou modo de interpretar a realidade, mas em primeiro lugar como comprometimento (orientação) do coração. Assim, ao mudar a cosmovisão de alguém não estamos lidando apenas com suas crenças, mas tirando o chão que pisa.

[5] GOHEEN & BARTHOLOMEW, p. 56, 104.

[6] Ibidem, p. 116, 117.

[7] Ibidem, p. 30.

[8] GOHEEN, Michael W. A missão da igreja hoje. Viçosa, 2019, p. 178.

[9] FONTES, Filipe. Você educa de acordo com o que adora: Educação tem tudo a ver com religião. São José dos Campos, 2017, p. 22, 24.

[10] GOHEEN & BARTHOLOMEW, p. 86.

[11] NEWBIGIN, Lesslie. O evangelho em uma sociedade pluralista. Viçosa, 2016, p. 281.

[12] WRIGHT, Christopher J. H. A missão do povo de Deus: Uma teologia bíblica de missões. São Paulo, 2012, p. 235.

[13] Goheen, p. 268.

[14] Ibidem, p. 270.

[15] Ibidem, p. 272 somados aos conceitos apresentados por SIRE, 2018.

[16] Ibidem, p. 67.

[17] WRIGHT, p. 158.

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