Como sua igreja local se envolve com a Missão de Deus?

Um modelo de filosofia de ação missionária para igrejas

Em dezembro de 2020, a Comunidade Batista em Moema redigiu, com a ajuda dos pastores Marcos Amado e Wilson Avilla, o documento a seguir para orientar o envolvimento missionário da comunidade.

Trata-se de um modelo de filosofia de ação possível. Se a sua igreja ainda não tem estruturada a forma como se envolve com a Missão de Deus, esperamos que as ideias a seguir contribuam de alguma forma. Uma das coisas que chamam a atenção é o tópico “Incentivar o recrutamento missionário [transcultural] nas conferências e cultos da igreja”, algo que nem sempre acontece com a frequência e a ênfase necessárias.

Críticas e outras ideias são bem-vindas para enriquecer o diálogo!

Modelo de filosofia de ação missionária da Comunidade Batista em Moema

  1. Pressuposto bíblico

O Deus Pai enviou o Deus Filho para “trazer as boas-novas aos pobres, (…) anunciar que os cativos serão soltos, os cegos verão, os oprimidos serão libertos, e que é chegado o tempo do favor do Senhor” (Lc 4.18-19). Por sua vez, o Filho enviou os seus discípulos, assim como o Pai o havia enviado (Jo 20.21). Portanto, imbuídos da presença do Espírito Santo nas nossas vidas, somos, como cristãos, conclamados por Jesus a dar continuidade, no Brasil e no mundo, à tarefa que ele realizou de proclamar a restauração de todos os aspectos da existência humana. Como resultado, vidas serão transformadas, discípulos serão formados, igrejas serão estabelecidas e as boas-novas do Reino, proclamadas na nossa Jerusalém, Judeia, Samaria e até nos lugares mais distantes da terra (At 1.8). Dessa forma, contribuiremos para que, naquele dia, haja, diante do Cordeiro, pessoas de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9).

  1. Propósitos da filosofia de ação ministerial
  • Oferecer subsídios para formulação das diretrizes para as ações missionárias da igreja e sua continuidade.
  • Promover condições para que haja envolvimento da comunidade em suas ações missionárias.
  • Definir critérios para o relacionamento da comunidade com missionários e agências missionárias.
  • Assegurar a boa mordomia dos recursos humanos e financeiros aplicados em missões.
  • Oferecer critérios para um programa de comunicação das ações missionárias à liderança e membresia da comunidade.
  1. Conselho missionário

A igreja poderá organizar um conselho missionário, integrado por sete membros da comunidade, de reconhecida idoneidade e envolvimento com a obra missionária, indicados pelo presbitério para mandatos de três anos, com o objetivo principal de operacionalizar as ações que ensejarem a realização dos propósitos desta filosofia de ação ministerial. A atuação do conselho se dará no âmbito do tripé missional – envio, cuidado e mobilização –, e inclui detalhar os aspectos contemplados neste documento, sugerir estratégias e medidas à liderança ministerial da área, tanto quanto ao presbitério ou outras instâncias, conforme a situação. O conselho terá liberdade para definir sua estrutura interna de funcionamento. Caberá também ao conselho missionário:

  • Estimular a integração da igreja com os campos missionários, especialmente os patrocinados pela comunidade, em iniciativas presenciais e de apoio.
  • Mobilizar a igreja em oração para que Deus chame os que devem servir em missões.
  • Identificar na igreja os que já se entregaram para a obra, ou apresentam evidência de dons missionários, sugerindo à liderança, oportunamente, o comissionamento e envio.
  • Oferecer oportunidades para o comprometimento público com a obra missionária.
  • Tornar disponível literatura que informe sobre e motive para o serviço missionário.
  • Incentivar o recrutamento missionário nas conferências e cultos da igreja.
  • Aconselhar e orientar durante o período de decisão e preparação.
  • Envolver jovens e adultos em trabalhos missionários no Brasil e no exterior em períodos de férias (projetos de curto prazo).
  • Estimular a participação em conferências e movimentos missionários.
  • Oferecer à liderança da comunidade subsídios que auxiliem na elaboração do orçamento anual.
  • Auxiliar a liderança da comunidade em iniciativas que estimulem o envolvimento financeiro da membresia.
  1. Avaliação das ações missionárias da comunidade

O Conselho Missionário deverá propor ao presbitério um programa de acompanhamento e avaliação das atividades relacionados ao envolvimento missionário da comunidade.

  1. Critérios para as ações missionárias da comunidade

Na consecução de seus propósitos de proclamação, deverão ser observados os seguintes critérios:

  • Alcançar lugares onde não há igreja estabelecida, ou que a igreja, apesar de existir, não é forte o suficiente para cumprir sua tarefa sem a ajuda de missionários (incluídos neste critério os grupos sociais, religiosos ou étnicos na Europa e nos grandes centros urbanos do mundo).
  • Alcançar comunidades no território nacional que estejam entre as menos favorecidas com ações missionárias, observados os levantamentos feitos por agências e instituições missionárias de notório reconhecimento pela igreja.
  • Alcançar os focos de necessidade, caracterizados como missões urbanas, que estejam próximos da realidade da comunidade.
  • Alcançar líderes estratégicos em missões, cujo trabalho ofereça à comunidade contribuição significativa.
  • Atuar sempre, preferencialmente, com o suporte de agências missionárias.

No mesmo sentido, os projetos patrocinados pela igreja deverão ser caracterizados por:

  • Contribuir para o estabelecimento de novas igrejas, consideradas as necessidades locais (inclusive no que diz respeito às iniciativas de cunho social).
  • Contribuir para o treinamento de obreiros autóctones.
  • Contribuir para o cuidado pastoral de obreiros envolvidos com os projetos apoiados pela comunidade.
  • Contribuir para o treinamento contínuo de obreiros que estão trabalhando com os projetos apoiados pela comunidade.
  • Contribuir para o sustento financeiro de líderes que desempenham um papel estratégico em organizações missionárias brasileiras.
  1. Revisão da filosofia ministerial

Competirá exclusivamente ao Presbitério rever as disposições deste documento, quando necessário, ou oportuno.

Quer ler mais sobre o tema? Sugerimos o artigo “As cinco marcas da Missão”, de Chris Wright.

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