Quantos ainda não têm a Bíblia em sua língua?

Há hoje a necessidade de as Escrituras serem traduzidas para outras 2 mil línguas

De acordo com a Progress Bible – iniciativa que reúne dados sobre como caminha (ou não) a tradução das Escrituras para as cerca de 7 mil línguas faladas no mundo –, a Bíblia (completa, apenas o Novo Testamento ou alguma parcela) está disponível em mais de 3,2 mil línguas. Há hoje mapeadas cerca de 2 mil línguas que se beneficiariam se tivessem a Palavra de Deus traduzida e que não contam com nenhuma equipe comprometida com tal trabalho.

No Brasil, a Associação de Missões Culturais Brasileiras (AMTB) divulgou, em 2018, o relatório “Indígenas do Brasil”, que traz um total de 344 grupos indígenas no País. O documento contém dados de 250 desses grupos, dos quais 164 estão classificados com a sigla PNA (povo não alcançado). Um PNA, segundo definição do relatório, seria um povo sem uma comunidade cristã autóctone com recursos e visão para fazer discípulos de Jesus entre os seus sem apoio externo. Dentre os 164  grupos indígenas classificados como PNA, 99 recebem também a sigla PNE (povo não engajado), definido como um povo sem a presença de cristãos, igrejas, missionários ou Bíblia na língua materna e sobre o qual não há nenhuma iniciativa ou intenção de evangelização, interna ou externa. Ainda segundo o relatório, até 2018, 7 línguas indígenas faladas no Brasil dispunham da tradução da Bíblia completa e outras 39, do Novo Testamento.

Esforços para agilizar a tradução das Escrituras

Em 2018, a AMTB formou a Aliança Pró-Tradução da Bíblia, reunindo 13 organizações brasileiras que trabalham com a tradução das Escrituras. Segundo Raquel Villela, coordenadora da aliança, o objetivo é facilitar a colaboração entre essas organizações para que respondam melhor às necessidades de tradução e tenham mais força para sensibilizar a igreja brasileira, ampliando seu engajamento no movimento de tradução da Bíblia. Em agosto de 2019, no Paraná, aconteceu a 1ª Conferência A Bíblia para Todos os Povos. Neste vídeo do YouTube (a partir do minuto 48), Raquel traz mais detalhes sobre o ministério de tradução da Bíblia, respondendo a várias perguntas.

Em nível mundial, existem duas iniciativas que visam acelerar os processos de tradução: a Visão 2025 e a Visão 2033. A primeira, da Aliança Global Wycliffe, tem por objetivo que, até 2025, todos os grupos linguísticos que ainda carecem da Bíblia contem com um trabalho de tradução iniciado. A Visão 2033 é da Every Tribe Every Nation – ETEN [Todas as Tribos, Todas as Nações], uma aliança de organizações de tradução bíblica e parceiros, e a meta é garantir que todas as pessoas no mundo tenham suficiente acesso à Palavra de Deus até o ano 2033 para chegarem a Cristo e se tornarem um discípulo seu. Segundo Rodrigo Tinoco, pesquisador brasileiro da área de missiologia e fundador da Data4Misssion, o cumprimento da Visão 2033 garantirá:

  • Novo Testamento em áudio na língua do coração de 99% das pessoas no mundo;
  • pelo menos uma parte da Palavra de Deus gravada na língua do coração para o 1% restante da população;
  • pelo menos um evangelho em vídeo na língua do coração de todos no mundo;
  • ter a Palavra de Deus (em áudio e/ou vídeo) disponível gratuitamente para todas as pessoas na Terra.

A Visão 2033 foca bastante a Bíblia em áudio e em vídeo. “70% da população mundial vive em culturas orais, e 50% não consegue ler no nível funcional”, explica Tinoco. “A única maneira de bilhões de pessoas conhecerem o cerne da mensagem do evangelho é ouvindo-a”, completa ele.

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