5 realidades do mundo atual que impactam missões

Em 2050, metade da nova geração será de africanos

No início de 2019, Jason Mandryk, missiólogo canadense que vive na Inglaterra, em palestra da GAFCON – Global Anglican Future Conference [Conferência Global do Futuro Anglicano] realizada em Dubai (G19), trouxe um panorama de como Deus está atuando ao redor do mundo. O post 12 dados e imagens surpreendentes sobre o panorama religioso global, publicado em dezembro de 2020, traz informações da primeira parte da palestra. A seguir, apontamos 5 desafios que Mandryk – autor da publicação Operation World, literatura cristã que compila pesquisas e dados de países em todo o globo e também um guia de oração –, traz a respeito do mundo atual e que afetam a maneira como a igreja se envolve com a missão de Deus.

1. Como se comunicar com pessoas cujo principal (e às vezes único) canal são os meios digitais?

É um grande desafio, mas também uma tremenda oportunidade! A tecnologia tem, de muitas formas, eliminado barreiras geográficas, e possibilitado o acesso a grupos antes inacessíveis. Há pessoas que residem em Jacarta, Adis Abeba e Londres com muito mais em comum (e mais intimidade) do que com seus vizinhos do apartamento ao lado, isso antes mesmo das restrições de encontros presenciais por conta da pandemia de Covid-19. As mídias sociais, cada vez mais, cativam as pessoas, e o tempo nas telas dos smartphones cresce ano após ano.

2. Em 2050, metade da nova geração será de africanos

O que acontece em um mundo em que uma parcela do globo cresce rapidamente, enquanto outra não consegue sequer repor o número de pessoas que hoje existem? O aumento dos fluxos migratórios é uma das consequências. De acordo com dados sobre as taxas de fertilidade no mundo, metade das crianças que nascerão no mundo até 2050 serão de um dos 8 países a seguir: Índia, Nigéria, Paquistão, Congo, Etiópia, Tanzânia, Indonésia e Uganda. Outro retrato importantíssimo: em 2050, metade do que consideramos como a nova geração será de africanos. Como pensamos de forma estratégica hoje para que esses milhões e milhões de pessoas que nascerão nas próximas décadas cresçam tendo a oportunidade de conhecer o evangelho, de serem parte de igrejas estabelecidas e saudáveis? Ao mesmo tempo, em outras partes do mundo, há um aumento da população mais velha. Estamos preparados para ser sal e luz nesse contexto?

3. Aumento da pobreza e da desigualdade social

Quando Mandryk proferiu a palestra em 2019, a pandemia de Covid-19 ainda não havia acontecido. Dados que já eram terríveis pioraram ainda mais de lá para cá. De acordo com o Banco Mundial, desde 1998 o mundo não via a pobreza extrema aumentar, e, em 2020, outras 88 a 115 milhões de pessoas foram empurradas a essa situação. Em 2020, cerca de 9,4% das pessoas em todo o mundo contaram com uma renda diária de até 1,9 dólar, sendo que a previsão era que a pobreza extrema cairia para 7,9% (do total da população mundial) em 2020. Em 2021, a situação deve se agravar. Enquanto isso, a fortuna de bilionários cresceu 27%. Em 2019, as 8 pessoas mais ricas do mundo tinham a mesma riqueza acumulada que os 50% (cerca de 4 bilhões de pessoas!) mais pobres do mundo. “O que acontece nas sociedades quando riqueza, poder e influência se concentram nas mãos de tão poucas pessoas?”, questiona o missiólogo. Outros dados chocantes: 1 em cada 6 pessoas vivendo em favelas (sendo que 1 em cada 500 missionários serve em favelas); 80 milhões de pessoas vivendo como refugiados; até 2050, 1 bilhão de pessoas terão de se locomover em decorrência das alterações climáticas; e 1,2 milhão de pessoas (especialmente mulheres e crianças) são traficadas a cada ano por fronteiras internacionais (sem contar o tráfico que acontece dentro dos países).

 

 

4. No mundo, as maneiras como as pessoas se identificam sexualmente está cada vez mais diversa

Bissexual, gay, heterossexual, pansexual, polisexual e transexual são apenas algumas das formas como os indivíduos se identificam sexualmente no mundo de hoje, e a lista não para de crescer. Não há consenso sobre o tamanho da comunidade LGBTQIA+ no mundo, os ativistas LGBTs costumam afirmar que o número gira em torno de 10% da população em geral. Pesquisa divulgada em 2011 pelo Williams Institute, ligado à UCLA School of Law, trouxe os seguintes dados: 3,5% dos adultos nos EUA identificam-se como gays, lésbicas e bissexuais, e 0,3%, como transgêneros. O site Insider Monkey, por sua vez, traz uma lista dos 10 países que teriam o maior percentual de gays entre os homens, e a China estaria em primeiro lugar: 1 a cada 6 homens seria gay. Ainda de acordo com essa fonte, no Reino Unido (10º colocado), 1 em cada 20 homens seria gay. De que maneira a igreja em missão interage com essa realidade?

 

5. 68% da população mundial viverá em cidades em 2050

Hoje, 55% da população já vive em áreas urbanas, e elas devem receber um acréscimo de 2,5 bilhões de pessoas até 2050, sendo que 90% desse crescimento deve acontecer na Ásia e na África (2018 Revision of World Urbanization Prospects/ UN DESA). Tóquio (37 milhões) concentra hoje a maior aglomeração de pessoas, em seguida estão Nova Deli (29 milhões e crescendo rapidamente, devendo se tornar a cidade mais populosa do mundo por volta de 2028), Xangai (26 milhões), Cidade do México e São Paulo (cerca de 22 milhões cada). Estima-se que, em 2030, o mundo tenha 43 megacidades com mais de 10 milhões de habitantes. Nossas estratégias estão levando em conta isso?

Quer saber mais?

  • Assista à série de vídeos Missões pós-pandemia, baseada no eBook Transmissão Global, Missão Global, de Jason Mandryk. Se quiser baixar o eBook gratuitamente, clique aqui.
  • A palestra que deu origem a esse post está disponível em inglês aqui.
Compartilhe!
0
    0
    Seu carrinho
    Seu carrinho está vazioVoltar para as compras